Diferença Entre Autopublicação e Publicação Tradicional

Diferença Entre Autopublicação e Publicação Tradicional

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Se você é escritor e está prestes a dar o próximo passo com seu livro, respire fundo. Porque aqui começa o momento mais romântico e desesperador da sua carreira: a publicação. E sim, existem várias formas de botar sua história no mundo — com glamour, com boleto ou com uma planilha de Excel.

Este artigo é o seu GPS literário para entender as três principais rotas: autopublicação, coedição e publicação tradicional. Cada uma tem suas glórias, seus calos e suas ciladas.


🎯 O que você vai aprender aqui (sem mimimi editorial)

  • As diferenças práticas, financeiras e emocionais entre os três modelos

  • Como cada modelo afeta controle criativo, distribuição e lucro

  • Qual caminho é melhor para o tipo de autor que você é

  • Como não cair em armadilha de editora caça-níquel

Prepare o café. Vamos entrar no backstage do mercado editorial.


✍️ Autopublicação: Liberdade Total (e Responsabilidade Também)

Se a publicação tradicional é um casamento, autopublicar é morar sozinho pagando todos os boletos.

Como funciona?

Você faz tudo ou contrata quem faz:

  • Diagramação

  • Capa

  • Revisão

  • Registro ISBN

  • Impressão sob demanda

  • Marketing

  • Vendas

Vantagens:

  • Você manda em tudo: título, capa, conteúdo, preço.

  • Royalties altos: pode lucrar 60% a 80% por livro vendido.

  • Velocidade: se quiser publicar amanhã, ninguém te impede.

Desvantagens:

  • Você paga tudo. Sim, absolutamente tudo.

  • Você é o marketing. Sem audiência, sem venda.

  • Distribuição limitada. A não ser que você jogue o jogo do tráfego pago.

Ideal para: autores com perfil empreendedor, que dominam marketing digital ou já têm público próprio. Autores cansados de ouvir “não” das editoras e que preferem construir o próprio caminho.

Exemplos de onde publicar: Amazon KDP, Clube de Autores, Bookwire, Hotmart (caso de e-books mais informativos).


🤝 Coedição: O Meio-Termo Nem Sempre Transparente

A coedição é o namoro aberto do mercado editorial: você e a editora dividem custos e decisões — teoricamente.

Como funciona?

  • A editora te oferece um pacote: revisão, capa, impressão, ISBN, consultoria.

  • Você banca parte dos custos (ou tudo, dependendo do contrato).

  • O livro é lançado sob o selo da editora — mas você faz boa parte do trabalho de divulgação.

Vantagens:

  • Você tem uma equipe para cuidar da parte técnica.

  • Pode usar o selo da editora como “carimbo de qualidade”.

  • Royalties variam, mas geralmente são maiores do que na tradicional.

Desvantagens:

  • Pode virar uma armadilha. Muitas editoras vendem “coedição” como sinônimo de “autopublicação com taxa disfarçada”.

  • Distribuição tímida. Nem sempre o livro chega onde prometem.

  • Pouca transparência. Você paga, mas não tem controle total.

Ideal para: autores que querem apoio técnico, mas não têm medo de investir. Ou que sonham ver o livro com um selo editorial, mesmo pagando parte da festa.

Dica ninja: se a editora só publica autores que pagam e não oferece garantia de tiragem mínima ou distribuição real, você está pagando por vaidade.


🏛️ Publicação Tradicional: O Sonho de Muitos, a Realidade de Poucos

Esse é o tapete vermelho do mundo editorial. Aqui, você não paga nada. A editora banca tudo, do ISBN ao marketing (ou parte dele).

Como funciona?

  • Você envia o original. A editora avalia (em 3 a 12 meses).

  • Se for aprovado, eles cuidam de tudo.

  • Você assina contrato e ganha… 8 a 12% do preço de capa.

Vantagens:

  • Custo zero. A editora investe no seu livro.

  • Reconhecimento. Ter seu nome em uma editora grande ainda pesa.

  • Distribuição real. Com sorte, seu livro chega às vitrines da Livraria Cultura (se ainda existir).

Desvantagens:

  • Royalties baixos. Você ganha pouco por exemplar.

  • Pouco controle. Eles podem mudar o título, a capa ou até pedir cortes no texto.

  • Processo lento. Pode levar anos do aceite até o lançamento.

Ideal para: autores que buscam prestígio, visibilidade em grande escala e não se importam em abrir mão de controle criativo.

Mas lembre-se: editoras tradicionais rejeitam 98% dos originais. É um funil mais apertado que orçamento de produção de cinema nacional.


🧠 Comparativo Prático: Porque Você Gosta de Tabela

📘 Modelo 💸 Quem Paga 💰 Royalties 🧠 Controle Criativo 🚚 Distribuição
Autopublicação O autor Alto (60–80%) Total Limitada (Amazon, sob demanda)
Coedição Autor + editora Médio (variável) Compartilhado Moderada (algumas livrarias)
Tradicional A editora Baixo (8–12%) Quase nenhum Alta (livrarias, feiras, eventos)

❌ Como Evitar Golpes e Arapucas no Caminho

  1. Desconfie de editoras que elogiam demais. Se seu livro “é uma obra-prima” antes de lerem, ligue o alerta.

  2. Leia contratos com lupa. Principalmente na coedição.

  3. Pesquise autores da casa. Mande DM, pergunte se foram bem tratados.

  4. Peça número de exemplares impressos e vendidos. Quem promete milagre e não entrega dados, está vendendo fumaça.

  5. Não assine nada por impulso. Pagar R$ 15 mil pra imprimir 100 livros com capa horrenda não é carreira — é vaidade.


🚀 Qual Modelo é Melhor Pra Você?

A pergunta de ouro.

Autopublicação se você:

  • Quer liberdade total

  • Sabe divulgar ou está disposto a aprender

  • Quer lucro direto

Coedição se você:

  • Precisa de suporte, mas topa dividir a grana

  • Quer uma chancela editorial sem esperar anos

  • Sabe ler contrato e dizer “não” quando for necessário

Publicação Tradicional se você:

  • Quer validação do mercado

  • Está disposto a esperar (e ouvir muitos nãos)

  • Prefere ganhar menos e ter mais vitrine


📌 Conclusão: Não Existe Caminho Certo — Existe Caminho que Faz Sentido

Publicar um livro é um projeto criativo e comercial. E você é o CEO dessa história.
Não adianta sonhar com o glamour da editora tradicional se você não quer esperar.
Nem investir na autopublicação achando que o livro se vende sozinho.

Porque escrever é arte, mas publicar é estratégia. E ninguém vai cuidar da sua obra como você.