Sua história é boa quando ela provoca algo no leitor — seja emoção, reflexão, desconforto, curiosidade ou até raiva. Uma boa história não precisa ser perfeita, mas precisa ter alma, conflito e propósito narrativo. Se ela faz alguém querer continuar lendo, ela tem algo que vale a pena.
O que define uma boa história?
Não é o número de páginas. Nem a complexidade da linguagem. Nem quantas vezes você usou a palavra “inescrutável”.
Uma boa história geralmente tem:
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Personagens com desejo e algo a perder
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Conflito real (interno, externo ou ambos)
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Ritmo envolvente, sem barriga
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Transformação — de alguém, de algo, de alguma ideia
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Autenticidade de voz — soa como algo que só você poderia ter escrito
Se ela emociona, prende ou incomoda — ela funciona.
Sinais de que sua história tem potencial (mesmo que você duvide)
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Você não consegue parar de pensar nela
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Alguém que leu pediu pra ler mais
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O texto te provoca enquanto você escreve
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Você já reescreveu várias vezes — não por insegurança, mas por desejo de deixar melhor
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Você sente que, mesmo imperfeita, a história tem algo verdadeiro ali dentro
Como testar se a história está funcionando?
1. Leia em voz alta
Você ouve o ritmo, os engasgos, o que soa forçado.
Se você bocejar com seu próprio texto, o leitor vai dormir.
2. Mostre para alguém de confiança (não apenas a mãe)
Escolha leitores beta sinceros. Gente que lê com olho crítico, mas quer te ver crescer — não te destruir.
3. Esqueça o texto por alguns dias e volte depois
O distanciamento vai te mostrar o que é preciosidade e o que é enrolação.
4. Peça para resumirem sua história em uma frase
Se ninguém souber explicar do que ela trata, talvez falte clareza.
O que não significa que sua história é ruim (mas muita gente acha que sim)
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Ter dúvidas sobre ela.
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Ser diferente do que os outros escrevem.
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Não seguir fórmulas de mercado.
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Não agradar todo mundo.
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Mexer com assuntos polêmicos ou desconfortáveis.
Escrever é mexer em vespeiro — não fazer amizade.
E se ninguém gostar?
A real é: nem toda história é para todo mundo.
Mas toda história pode encontrar seu público — se tiver consistência, emoção e identidade.
Às vezes o problema não é a história. É a versão atual dela.
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Talvez falte revisão.
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Talvez o começo esteja fraco.
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Talvez você ainda não tenha escavado o ouro da ideia.
Mas boa história não nasce pronta. Ela vira boa no processo.
FAQ: Minha história é boa?
Preciso que todo mundo goste da minha história?
Não. Se todo mundo gosta, é sinal de que você pode estar jogando no seguro demais. O ideal é: toque alguém profundamente, mesmo que incomode outros.
E se eu achar que minha ideia é clichê?
A execução importa mais do que a ideia. Tema batido com uma nova abordagem vira obra-prima.
Como saber se a história está clara?
Peça para alguém ler e resumir. Se ele não souber explicar o que está em jogo, talvez você precise ajustar o foco.
Vale a pena continuar escrevendo se eu duvidar da qualidade?
Sim. Aliás, dúvida é sinal de que você se importa. Só quem se acha gênio o tempo todo é ruim e não sabe.
